Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa a 16 de Março de 1825. Foi registado como filho de mãe incógnita, porque o seu pai e a sua avó não queriam que o nome Castelo Branco estivesse envolvido com alguém de tão humilde condição. Ficou órfão de mãe aos dois anos e de pai aos nove. A morte do pai obrigou-o a ir viver em Vila Real de Trás-os-Montes com uma tia paterna. Como era uma criança sensível e muito inteligente, sofreu grandes perturbações com todos os acontecimentos da sua infância. Ao longo da sua existência revelou-se um falhado nos estudos e nos amores. Casou aos 16 anos, mas enviuvou aos 22. Em 1856, iniciou o relacionamento amoroso com Ana Plácido, uma mulher casada, situação pela qual chegou a estar preso. Em 1864, a sua produção literária já era enorme e decidiu fixar-se na quinta de S. Miguel de Ceide, que Ana Plácido herdou do seu marido, entretanto falecido. A partir de 1881, começou a ficar cada vez mais doente, acabando por cegar. Impossibilitado de escrever (a escrita foi, no fim de contas, a sua grande paixão), suicidou-se com um tiro de revólver a 1 de Junho de 1890, na sua casa de Ceide, Vila Nova de Famalicão. Camilo foi um escritor muito prolífico, escrevendo muitas vezes por necessidades económicas, sendo considerado o primeiro escritor profissional português. As suas obras principais são: “A Filha do Arcediago” (1855); “Onde está a Felicidade?” (1856); “Vingança” (1858); “O Romance dum Homem Rico” (1861); “Amor de Perdição” (1862); “Memórias do Cárcere” (1862); “O Bem e o Mal” (1863); “Vinte Horas de Liteira” (1864); “A Queda dum Anjo” (1865); “O Retrato de Ricardina” (1868); “A Mulher Fatal” (1870); “O Regicida” (1874); “Novelas do Minho” (1875-1877); “Eusébio Macário” (1879); “A Brasileira de Prazins” (1882). Além das obras em prosa narrativa, Camilo escreveu poesia, teatro, de que se deve destacar “O Morgado de Fafe em Lisboa” (1861) e “O Morgado de Fafe Amoroso” (1865), dezenas de traduções (do francês e do inglês), polémica, prefácios, biografia, história, crítica literária, jornalismo e epistolografia (compreendendo mais de duas mil cartas).
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