Autor: Patrick Modiano
Edição: Abr/2015
Páginas: 104
ISBN: 9789720047328
Editora: Porto Editora
Prémio Nobel da Literatura 2014
Várias décadas passaram desde que Jean Daragane, em criança, viveu em Saint-Leu-la-Forêt. Agora, sexagenário, escritor, mal pensa nisso. Leva uma existência solitária, o telefone raramente toca, praticamente não escreve. Até que acontece um «quase nada». Como que uma picada de inseto, que a princípio parece muito leve.
Esse «quase nada» é o aparecimento de uma velha agenda telefónica onde figura o nome de Guy Torstel. Arrastado para o passado, para a Paris dos anos 1950 e 1960, Daragane vai-se confrontar com a memória de Annie Astrand, que foi para ele uma espécie de mãe e, mais tarde, talvez uma amante…
Leia as primeiras páginas aqui.
Deste autor no Segredo dos Livros:
Dora Bruder
O Horizonte
Comentários
Sebastião Barata
Patrick Modiano, que nasceu nos arredores de Paris há 70 anos, ambienta os seus livros nos bairros mais antigos e pobres da cidade, por vezes já muito degradados, ou descaraterizados pelas novas construções que fizeram desaparecer prédios do seu imaginário, por vezes ruas inteiras com os seus cafés, cinemas, palacetes e jardins. As histórias que constrói têm muito de autobiográfico, pelo menos assim me parece. Um pequeno pormenor desencadeia recordações do passado, através das quais o autor reconstrói, ou tenta reconstruir acontecimento que descansam nas maiores profundezas da sua memória. Na sua reconstrução, tanto o narrador (autor?) como o leitor […] Ler Mais...Patrick Modiano, que nasceu nos arredores de Paris há 70 anos, ambienta os seus livros nos bairros mais antigos e pobres da cidade, por vezes já muito degradados, ou descaraterizados pelas novas construções que fizeram desaparecer prédios do seu imaginário, por vezes ruas inteiras com os seus cafés, cinemas, palacetes e jardins. As histórias que constrói têm muito de autobiográfico, pelo menos assim me parece. Um pequeno pormenor desencadeia recordações do passado, através das quais o autor reconstrói, ou tenta reconstruir acontecimento que descansam nas maiores profundezas da sua memória. Na sua reconstrução, tanto o narrador (autor?) como o leitor parecem estar a viver um sonho e acabamos por ficar na dúvida se os factos aconteceram mesmo.Neste "Para que não te percas no Bairro" , tal como em "A Erva das Noites", os acontecimentos são despoletados por um pequeno acontecimento, aparentemente sem interesse, mas que vai desencadear todo um lote de recordações de um passado escondido num recanto perdido da memória da personagem principal. Assim como em "A Erva das Noites" foi um caderno de apontamentos do tipo Moleskine, neste foi uma velha agenda telefónica perdida, que alguém encontrou e fez questão de entregar em mão ao seu proprietário.Jean Daragane (será o mesmo Jean de "A Erva das Noites"?) perdeu a sua agenda telefónica. Não fez caso, porque não lhe faz falta, pois já não telefona a ninguém e o seu telefone nunca toca. Mas desta vez tocou... e era por causa da agenda perdida. Um nome e respetivo número de telefone chamaram a atenção do achador e foi para tentar saber mais sobre essa pessoa que quis contactar Jean Daragane. Mas este já não se lembra de quem é essa pessoa. No entanto, outros nomes da agenda vão-lhe trazendo velhos acontecimentos e lugares, reconstituindo-se assim pouco a pouco um passado amargo que ele próprio tinha tentado esquecer, mas agora regressa e quer reconstruir, mas as lacunas são muitas e fica muito por descobrir.Tal como em outros livros do autor, vemos aqui renascer uma velha cidade de Paris com outros usos, outras construções, outros locais de diversão, enfim uma cidade perdida no tempo e que só existe na memória já nebulosa de velhos parisienses, como Patrick Modiano. Read Less
Clarinda Cortes
Gostei muito do 1º livro que li deste autor e apostei neste, porque fiquei empolgada com a forma como Modiano nos transmite os sentimentos e como se entranha em nós.Com este "Para que não te percas no bairro", dececionei-me!Parecia que não estava a ler o mesmo autor, apesar de ele "aparecer" de vez em quando. O seu cunho pessoal marca a narrativa, mas esta é demasiado confusa e pouco cativante, no meu ponto de vista, claro. Falta qualquer coisa, não sei o quê!Ainda não me sinto muito à vontade para analisar mais profundamente a escrita do autor. Na próxima vez, […] Ler Mais...Gostei muito do 1º livro que li deste autor e apostei neste, porque fiquei empolgada com a forma como Modiano nos transmite os sentimentos e como se entranha em nós.Com este "Para que não te percas no bairro", dececionei-me!Parecia que não estava a ler o mesmo autor, apesar de ele "aparecer" de vez em quando. O seu cunho pessoal marca a narrativa, mas esta é demasiado confusa e pouco cativante, no meu ponto de vista, claro. Falta qualquer coisa, não sei o quê!Ainda não me sinto muito à vontade para analisar mais profundamente a escrita do autor. Na próxima vez, vou apostar numa das suas obras de referência, para ter uma ideia mais clara e concreta.Uma leitura pouco emocionante que não recomendo a quem não conhece o autor, pois corre o risco de ficar com uma ideia muito negativa do mesmo. Read Less
Maria Manuel Sousa
Quando me inscrevi para ler este livro, confesso que foi pela capa :) Uma capa maravilhosa que me fez lembrar o último verão. Não sei como comentá-lo sem desvendar mais do que o necessário. É um livro interessante, mas confuso, com demasiados "flashbacks". Tão depressa estamos na atualidade, como no passado. Por vezes, é difícil situarmo-nos e compreendermos a estória.Senti-me perdida, mas não resisti a ir até ao fim. Afinal, Jean, Gilles e Annie tinham algo a contar.A escrita é cativante e envolvente, mas melancólica. Não me cativou como "Dora Bruder", mas a marca de Modiano está lá.