Autor: Paulo M. Morais
Edição: Abr/2013
Páginas: 360
ISBN: 9789720044839
Editora: Porto Editora
Enquanto nas ruas se decide o futuro de um país, na tipografia de Adamantino Teopisto vive-se um misto de enredo queirosiano, suspense de um policial e ternura de uma novela: com sabotagens, amores proibidos e cabeças a prémio; tudo num ambiente de revolução apaixonado. O rebuliço generalizado tem repercussões no alinhamento do jornal e no dia a dia das gentes de São Paulo e do Cais do Sodré.
A revolução é o tópico das conversas nas tascas, nas ruas, no prédio da Gazela Atlântica, contribuindo para o exacerbar das tensões latentes entre o patrão Adamantino e os funcionários. A vivacidade de uma estagiária, as manigâncias de um ex-PIDE foragido, os comentários de um taberneiro e as intromissões de um proxeneta e de uma prostituta agravam ainda mais a desordem ameaçadora que paira no ar. Nada foi igual na vida dos portugueses após a Revolução dos Cravos. Nada foi igual na vida da “família” Gazela Atlântica após o 25 de Abril.
Leia a entrevista exclusiva do autor ao Segredo dos Livros aqui.
Comentários
Sónia
Romances que envolvam o período da nossa História aqui retratado, sempre fizeram a minha delícia. Tanto por gostar bastante de História, como pela minha curiosidade sobre os factos duma época que não vivi, mas de que me habituei a ouvir falar. Este livro, no que diz respeito aos factos históricos, está excelente. Nota-se a pesquisa extensa e detalhada que o autor, que é também jornalista, fez previamente. Nota máxima, nesse campo. Só lendo mesmo, dá para o perceber. Tão pouco cabe estar a detalhar isso numa opinião pessoal.Tendo ficado tão agradada com a vertente factual, por outro lado a vertente […] Ler Mais...Romances que envolvam o período da nossa História aqui retratado, sempre fizeram a minha delícia. Tanto por gostar bastante de História, como pela minha curiosidade sobre os factos duma época que não vivi, mas de que me habituei a ouvir falar. Este livro, no que diz respeito aos factos históricos, está excelente. Nota-se a pesquisa extensa e detalhada que o autor, que é também jornalista, fez previamente. Nota máxima, nesse campo. Só lendo mesmo, dá para o perceber. Tão pouco cabe estar a detalhar isso numa opinião pessoal.Tendo ficado tão agradada com a vertente factual, por outro lado a vertente ficcionada não me cativou por ali além. Julgo que o autor poderia ter trabalhado melhor as personagens, principalmente no que à "não política" diz respeito. Ou seja, focou-as demasiado no tema que quis retratar e "esqueceu-se", a meu ver, de mostrar um pouco mais do seu lado pessoal, assim como a interacção com as demais. Sem ser no contexto histórico, porque, aí, isso é bastante bem conseguido.De certo modo, a vertente mais "valiosa" (informação histórica) desta obra acaba por ser um ponto a desfavor. Ou seja, o livro teria muito mais a ganhar se o equilíbrio entre o real e a ficção tivesse sido "oleado" de outra forma. A dada altura, deu-me a sensação de que lia dois livros num só. Foi por isso que não gostei tanto deste livro como pensei que iria gostar. O factor "expectativa" também deve ser tomado em linha de conta e as minhas eram elevadas.Pese embora os aspectos que referi anteriormente, Paulo M. Morais é um autor que irei seguir. Gostei da escrita, do toque de humor bastante peculiar em certas passagens e do trabalho de bastidores que já referi atrás. Se certos pormenores forem limados, daqui a uns anos, dará que falar pelos melhores motivos. Read Less